Realizando uma rápida pesquisa na internet, é possível encontrar centenas de imagens de pirâmides de aprendizagem, e todas são atribuídas a William Glasser.
Glasser foi um cientista e psiquiatra norte americano idealizador da pirâmide de aprendizagem, um método de ensino amplamente utilizado nos treinamentos das empresas. Para ele, o colaborador deve ser o protagonista das suas trilhas de aprendizagem e de seus cursos, tendo voz ativa durante todo o processo.
Para saber o que é a Pirâmide de aprendizagem de William Glasser, como ela funciona, qual sua importância e como aplicá-la na rotina dos seus colaboradores, siga a leitura!
Conceito de pirâmide de aprendizagem
O que é a pirâmide de aprendizagem de William Glasser?
Pirâmide de aprendizado, ou pirâmide de William Glasser (também chamada de pirâmide de aprendizagem de William Glasser), é um conceito criado pelo psiquiatra americano que dá nome à teoria.
A teoria afirma que o instrutor, em um treinamento, é um guia e não chefe para os seus colaboradores.
Segundo William Glasser e sua teoria da pirâmide de aprendizagem, em um ambiente de ensino não deve ser focada apenas a capacidade de memorização.
Porque depois da aula os conceitos muitas vezes passam despercebidos.
Glasser acredita que, para que o aprendizado seja efetivo, os colaboradores devem participar, fazendo e praticando, para só então conseguir desenvolver o que lhe foi entregue.
No âmbito empresarial, cada vez mais, treinamentos expositivos longos estão sendo exaustivos para os colaboradores, além de não serem compatíveis com as novas gerações que estão para ingressar no mercado de trabalho futuramente.
A pirâmide de aprendizagem é tida como precursora de um novo paradigma na difusão e transmissão de conhecimento, seja para alunos em salas de aula ou para colaboradores em treinamento e desenvolvimento, como é o nosso contexto.
Como funciona a pirâmide de aprendizagem?
A pirâmide de aprendizagem se divide em dois níveis, os métodos de aprendizagem passivos, na parte superior da pirâmide, e os métodos de aprendizagem ativos, na parte inferior.
Para a teoria da pirâmide de aprendizagem, o foco deve ser dado para os métodos de aprendizagem ativos, visto que haverá maior fixação e aproveitamento dos treinamentos empreendidos através deles.
De acordo com a pirâmide de aprendizagem de Glasser, o processo de aprendizagem do ser humano ocorre da seguinte forma:
- 10% quando lê;
- 20% quando escuta;
- 30% quando vê;
- 50% quando vê e escuta;
- 70% quando debate com outras pessoas;
- 80% quando pratica/faz;
- 95% quando ensinamos aos outros, resumindo ou estruturando o conhecimento.
Dentre os diferentes estilos de aprendizagem, são considerados aprendizados passivos: ler, escutar, ver e ver + escutar.
E são tidos como aprendizados ativos: debater, praticar e ensinar aos outros.
Esse esquema de porcentagens mostra quais são os meios de aprendizagem, que vão além da memorização e replicação proposta pelos treinamentos tradicionais.
De acordo com a teoria da pirâmide de aprendizagem, desenvolvemos um breve resumo acerca dos níveis de aprendizado:
Ler
Glasser acredita que, quando você tem contato com algum tema pela primeira vez durante a leitura, seu cérebro é capaz de reter apenas 10% daquele assunto.
Por isso, geralmente a tendência é que acabemos lendo e revisando trechos que julgamos mais importantes para auxiliar na retenção do conteúdo.
Ouvir
Quando apenas ouvimos o conteúdo, o cérebro atua assimilando apenas 20% do que foi explanado. Isso ocorre porque, muitas vezes, você acaba fazendo outras coisas enquanto absorve o som do ambiente.
Ver
Se ao estudar determinado conteúdo você dispuser de imagens que associem o conteúdo, conseguirá, de acordo com a pirâmide de aprendizagem, guardar em torno de 30% do que foi repassado.
Combinar o estudo a mapas mentais, figuras exemplificativas ou esquemas que melhor conversem com suas necessidades, automaticamente gera mais facilidade no aprendizado.
Ver e ouvir
No caso de ver e ouvir, o conteúdo consegue ser fixado em até 50%.
Às vezes o colaborador lê e não consegue assimilar tão bem, mas após assistir uma aula, já com a bagagem literária, é capaz de assimilar tudo com maior facilidade.
Debater
Ao debatermos o conteúdo com outra pessoa ou com um grupo de pessoas, conseguimos reter até 70% do aprendizado.
Esse debate pode acontecer presencialmente ou, em caso de estudos EAD, através de fóruns e chats, proporcionando um ciclo de análises críticas acerca dos temas abordados.
Praticar
A prática é responsável por 80% do aprendizado.
É quando você consegue aplicar o conteúdo ensinado, seja resolvendo questões, seja praticando de fato no seu dia a dia, sendo assim capaz de analisar e aplicar de modo eficaz o que foi aprendido.
Ensinar
Quando você ensina, a capacidade de assimilação do conteúdo, segundo a teoria de Glasser, é de 95%.
Você pode dar uma aula a si mesmo, pode gravar um vídeo repassando o assunto, pode explicá-lo ao seu colega, tudo de modo a aumentar seu nível de compreensão a respeito daquele tema.
Essa técnica de repasse do conteúdo através do ensino realiza que, se você não se sente apto a repassar aquele assunto a alguém, você certamente não foi capaz de entendê-lo.
Quem foi William Glasser?
William Glasser foi um psiquiatra estadunidense, nascido em Ohio.
Durante seus estudos, obteve destaque com as Teorias da Escolha e da Realidade.
Além disso, desenvolver a Teoria da Causa e Efeito, através da qual buscava elucidar os atos e costumes diretamente relacionados ao comportamento humano.
O autor graduou-se como bacharel em Ciências no ano de 1945, também em Ohio, na Case Western Reserve University, na cidade de Cleveland. Mas não parou por aí.
Glasser tornou-se mestre em psicologia e doutor em medicina.
Nos anos seguintes, entre 1954 e 1957 foi aluno na residência de psiquiatria pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles e obteve título de especialista em Psquiatria no Hospital de Veteranos de Los Angeles, em 1961.
Já atuando como psiquiatra, passou a focar em teorias cujo foco era escolha e transformação pessoal, teorias estas que não foram muito bem aceitas entre os cientistas da área.
Todavia, William Glasser expandiu suas teorias, aplicando-as a situações diversas como educação, casamento, saúde mental etc., entendendo-as como questões de saúde pública.
Em seu meio, Glasser era também reconhecido por sempre emitir avisos relacionados aos conflitos e riscos inerentes à profissão.
Carreira
Além de atuar como psquiatra, Glasser foi autor de diversos livros com temáticas variadas, como saúde mental, ensino escolar, meios de aprendizagem, aconselhamentos.
No ano de 1967, criou o Instituto de Terapia da Realidade, que décadas depois tornou-se o Instituto de Teoria do Controle, Terapia da Realidade e Qualidade Administrativa, finalmente tornando-se, em 1996, o Instituto William Glasser.
Combinando seus estudos teóricos e sendo capaz de alinhá-los à prática, Glasser acabou dedicando sua atenção a teorias acerca da aprendizagem.
Com essas teorias, a educação tradicional passou a ser explicada junto a novos métodos, dado o crescente número de motivos vindos de variados aspectos.
Para o psiquiatra, essa motivação termina por impactar diretamente no modo como as novas gerações encaram o sistema de ensino/aprendizagem.
O método clássico de ensino, onde o estudante é passivo e o professor direciona sozinho o aprendizado, está cada vez mais caindo em desuso.
Glasser chegou a essa conclusão após analisar as formas através das quais as pessoas têm acesso ao conhecimento.
Atravessando todos os meios sociais, especialmente aqueles tecnológicos, que passaram, atualmente, a ser foco de informações instantâneas para o estudante.
Por fim, para que sua teoria tivesse o alcance pretendido, William Glasser desenvolveu então uma pirâmide.
Resolveu nomear de “Pirâmide de Aprendizagem”, onde demonstra através de etapas como o estudante é capaz de visualizar e compreender o aprendizado.
Importância da pirâmide de aprendizagem
O que é a pirâmide de William Glasser? A pirâmide de aprendizagem é um novo e mais eficaz método de aprendizado.
O modelo tradicional de ensino, onde o gestor se posiciona como responsável por assumir todas as propostas e exposições acerca de determinado tema e o colaborador permanece sentado apenas na condição de ouvinte, passivamente, é cada vez mais contestado.
O método de ensino da pirâmide de Glasser traz metodologias alternativas a serem aplicadas, inserindo o aluno no processo de modo participativo, permitindo que assim atue de modo ativo na sua trilha de aprendizagem.
Com a utilização da pirâmide do aprendizado, o conteúdo é melhor assimilado de acordo com a forma através da qual o estudo é realizado.
Se possibilita haver mais elementos interativos, mais eficiente será a assimilação.
Caso o estudo seja feito no ambiente domiciliar, é recomendável que se substitua a leitura às vezes monótona do conteúdo por algo que oferte amplitude de concentração e entendimento.
Assim, a pirâmide de aprendizagem se apresenta como uma grande aliada para identificar quais estratégias de T&D existem e quais seriam mais indicadas para os colaboradores, tendo em vista seu perfil e gaps de competência.
Ainda, uma das grandes vantagens da Pirâmide de Glasser diz respeito ao “aprender como aprender”. Essa competência faz com que o colaborador se torne o protagonista do seu próprio processo de aprendizagem.
Qual é a relação entre a pirâmide de aprendizagem e as metodologias ativas?
Nos treinamentos e desenvolvimentos, as metodologias ativas são aplicadas através da participação dos colaboradores, da inclusão de projetos, de atividades e dinâmicas em grupos e através de discussões sobre um problema.
Apenas ver e ouvir os conteúdos passados, sejam eles de hard ou soft skills, não é suficiente para absorvê-los e replicá-los.
O colaborador deve ser incentivado a colocar o seu aprendizado em prática, garantindo o seu desenvolvimento como profissional, capaz de exercer as suas atribuições com eficiência.
Os conteúdos vistos nos treinamentos devem passar por discussões, testes e experiências até chegar ao ponto em que o colaborador possa dominar determinado assunto ou tema, a ponto de poder falar a respeito com seus colegas e líderes, e quem sabe até mesmo ensiná-los.
Através da pirâmide pode-se confirmar que aprendemos de uma forma mais eficaz quando ensinamos. Da mesma forma acontece com os colaboradores, quando são colocados na posição de protagonistas do próprio treinamento, ganham autonomia para discutir, planejar e refletir sobre as ações e responsabilidades ao longo da vida pessoal e profissional. Isso estimula inclusive o lifelong learning.
E como vimos, Glasser afirma que o bom treinamento é aquele em que o instrutor pede para que seus colaboradores pensem e se dediquem a promover o diálogo. Assim, os colaboradores poderão enfrentar problemas e resolvê-los com competência e facilidade.
As vantagens dessa abordagem de treinamento para os colaboradores são vastas. Confira alguns dos principais benefícios da pirâmide de aprendizado na geração de aprendizado:
- Retenção de conhecimento;
- Pensamento crítico;
- Engajamento no treinamento;
- Resolução de problemas.
Pirâmide de aprendizagem na Educação Corporativa
Em se tratando da pirâmide de aprendizagem no ambiente corporativo, a pirâmide da aprendizagem de William Glasser pode aumentar a curva de aprendizagem e ofertar várias vantagens, como por exemplo:
Estímulo à autonomia
Um dos principais estímulos da pirâmide de aprendizagem reside no foco dado para a aprendizagem ativa.
Nesse tipo de aprendizagem o colaborador possui autonomia para interagir com o conteúdo escolhido para aquele aprendizado específico.
Então, quando o colaborador entende-se capaz de praticar e debater acerca do acúmulo de conhecimento absorvido, tudo acaba sendo internalizado de modo mais fácil e eficaz.
A independência durante o ensino/aprendizagem faz com o colaborador compreenda as questões apresentadas com mais rapidez.
O que termina por melhorar a produtividade e os resultados dos possíveis projetos existentes na empresa que sejam voltados para a educação corporativa.
Informações facilmente compartilhadas
De acordo com a pirâmide, debater os conteúdos com outros estudantes ou colaboradores ajuda a fixar o aprendizado com mais facilidade.
Portanto, no ambiente organizacional, essa ideia é vista positivamente, pois através da discussão e da disseminação dos conteúdos, os possíveis problemas acabam sendo solucionados.
Assim, atuando positivamente também ao analisarmos os valores empresariais, pois acaba sendo desenvolvido um local de trabalho mais claro e transparente.
Ambiente de trabalho mais unido
Os métodos de aprendizagem ativos possibilitam diversos cenários nos quais o ensino/aprendizagem atua, sejam eles foçados em debates, práticas etc.
Todas as variedades de aprendizado propostas pela pirâmide atuam na integração do ambiente de trabalho, tornando-o mais próximo e unido.
Assim, quando os colaboradores se reunem para debater informações, ao mesmo tempo estão trocando conhecimentos/ensinamentos entre si, de modo muito prático e passível de validação, transformando aquele cenário em um ambiente integrativo e colaborativo.
Desenvolvimento de um ambiente de aprendizagem favorável
Por todo o exposto, é fácil concluir que a pirâmide de Glasser na educação corporativa é um meio de desenvolver ambientes de aprendizado bastantes favoráveis à troca de informações.
Todos os métodos de aprendizagem podem ser facilmente redirecionados à organização, transformando as equipes em grupos habilitados e qualificados.
Ou seja, a pirâmide do aprendizado não diz respeito apenas aos métodos de ensino de instituições clássicas.
Podem ser adaptavas a todos aqueles ambientes onde o aprendizado seja demandado e necessário, como no mundo empresarial, especialmente na área de T&D.
Basta haver alguém dividindo conteúdos, trocando aprendizado e somatizando conhecimento para si e para o próximo.
Controvérsias sobre a pirâmide de aprendizagem
Ainda que popular, a teoria da pirâmide de aprendizagem de Glasser é questionada quanto a sua pesquisa e efetividade.
São vários os questionamentos acerca dos dados obtidos e se a teoria é, de fato, embasada numa consulta confiável.
Com essa lacuna, não dá para saber se a teoria poderia ser replicada, como acontece na maioria dos experimentos científicos.
Uma das críticas mais influentes da Pirâmide de aprendizagem de William Glasser foi formulada pelo professor e pesquisador da área da psicologia da Universidade de Virgínia (EUA), Daniel Willingham.
Em uma matéria publicada no jornal estadunidense Washington Post, um dos maiores veículos de comunicação do País, ele questiona os métodos científicos adotados na pesquisa que embasaram a Pirâmide de Aprendizagem, pondo em cheque a validade do estudo de Glasser.
Por fim, é preciso ressaltar que a pirâmide de aprendizagem não tem uma fundamentação científica comprovada. Os estudos acerca desta pirâmide, muitas vezes se confundem com outro conceito conhecido como “Cone de Edgar Dale” ou “Cone de Aprendizagem”, que também carece de comprovação científica.
Assim, não temos como confirmar como as pessoas serão capazes de reter e assimilar os conteúdos explanados. Tampouco confirmar os números (porcentagens) relatados no estudo.
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Sobre Pirâmide de Aprendizagem, as pessoas também perguntam:
A Pirâmide de Aprendizagem foi desenvolvida por William Glasser no intuito de tornar-se uma análise através da qual são expostos os diversos níveis de retenção e absorção da aprendizagem de uma pessoa, dentro do modo através do qual acontece sua associação diante do conteúdo disponibilizado.
A Pirâmide de Aprendizagem foi criada por William Glasser (1925-2013), um psiquiatra norte- americano responsável por variados estudos acerca de saúde mental e comportamento humano. Glasser desenvolveu duas importantes ideias: a terapia da realidade e a teoria da escolha.