Comunicação não violenta (CNV): o que é e técnicas para aplicar

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Por que é tão importante avaliar a comunicação dos colaboradores de sua empresa? Trabalhar em um ambiente livre de críticas demasiadas, brincadeiras desagradáveis e mentiras, é essencial para a manutenção de um clima organizacional sadio e qualitativo. A comunicação não violenta (CNV) é um processo de comunicação baseado na empatia. Neste artigo, falaremos sobre seus benefícios e vantagens e como você pode aplicá-la na sua empresa. Continue lendo!

O que é comunicação não violenta?

Comunicação não violenta (CNV) é um comportamento através do qual o indivíduo se compromete a agir de modo verdadeiro e não-defensivo. Partindo desse pressuposto, as interações ocorrem com a intenção de provocar conexões entre as pessoas, sem que haja afrontas, readaptando a comunicação e demonstrando suscetibilidades e receptividade ao que o outro está disposto a entregar.

Inicialmente pode haver alguma dificuldade, afinal, todos apresentamos algum obstáculo, mas com a intenção de assimilar a CNV, acabamos abrindo espaço para que a outra pessoa também exponha com clareza aquilo que necessita comunicar, utilizando métodos como a escuta ativa e a inteligência emocional, por exemplo.

Quando então as duas pessoas são capazes de enxergar-se, inexistem posicionamentos agressivos e as discussões são cada vez mais saudáveis, produtivas e assertivas. Assim, entendemos que não é tão complicado o caminho para acessarmos o outro, basta que estejamos abertos a compartilhar o que nos afeta e receber o que outro entende necessário entregar.

Mas qual a ferramenta através da qual conseguimos aplicar a comunicação não violenta? A empatia, que nada mais é do que a capacidade de nos colocarmos no lugar do próximo para tentarmos entender aquilo pelo que está passando.

Como surgiu a comunicação não violenta?

A CNV surgiu na década de 60, criada pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg que, inspirado por nomes como Gandhi e Martin Luther King Jr., teve a perspicácia de observar e entender como aplicar a não violência comunicativa num meio onde a violência era uma realidade.

4 pilares da comunicação não violenta

A comunicação não violenta, segundo Rosenberg, necessita de 4 atitudes fundamentais a serem colocadas em prática:

4 pilares da comunicação não violenta

Observar (ouvir)

Antes de qualquer coisa, é preciso estar atento ao que acontece ao redor. A mensagem deve ser analisada, observado o contexto na qual está inserida. É uma mensagem clara? A linguagem é por meio de ações ou de falas?

A partir de então, buscamos entender o lado positivo da comunicação, sem análises morais, mas entendendo o que nos abraça e o que nos repele em relação ao ambiente e àquilo que a outra pessoa está reproduzindo.

Dar nome aos sentimentos (indagar)

Após a fase de observar, é importante pararmos para fazer o seguinte questionamento: qual sentimento aquela circunstância foi capaz de despertar? Dar nome ao que sentimentos é uma etapa importante da comunicação não violenta.

Devemos estar suscetíveis para que os problemas possam ser resolvidos, conscientes da diferença entre aquilo que sentimentos, aquilo que pensamos e aquilo que interpretamos.

Identificar as necessidades (compreender)

Uma vez que o sentimento foi identificado, chega o momento de questionarmos: quais necessidades estão conexas a elas?

Segundo Marshall Rosenberg, se o indivíduo saber como reconhecer suas necessidades, terá mais facilidade em demonstrá-las. Consequentemente, tais necessidades terão mais chances de serem satisfeitas.

Pedir ao invés de impor (argumentar)

Para que o pedido seja claro, basta que sejamos capazes de detalhá-lo, se possível através de exemplos materiais. É fundamental que seja utilizada uma fala afirmativa e otimista, sem espaço para entendimentos variados e especulativos.

Como aplicar a comunicação não violenta no trabalho?

O modo através do qual expressamos alguma coisa geralmente é mais relevante do que a temática que tentamos entregar. Tentar modificar nossos métodos de comunicação nem sempre é fácil, mas algumas dicas podem ser seguidas para facilitar cada vez mais a comunicação interna e a comunicação não violenta entre os colaboradores no ambiente organizacional. Por exemplo:

Como aplicar a comunicação não violenta no trabalho?

Falar menos e escutar mais

Estar disponível a ouvir nem sempre é fácil, mas trabalhando a mente para aceitar e entender as demandas os outro, sem pré-conceitos, é um caminho positivo.

Preste atenção ao que o seu interlocutor tem a dizer, procurando sempre deixá-lo à vontade durante os diálogos.

Valorize as soluções e não os problemas

Os gestores que impulsionam seus colaboradores a desenvolver soluções apostando na criatividade e na tecnologia já reduzem em grande parte o desconforto diante dos possíveis problemas.

Identificar o problema é essencial, mas o foco deve ser nas possíveis saídas para enfrentá-lo. Dessa maneira, os colaboradores são estimulados a inovar, com positividade e engenhosidade renovadas.

Insira dinâmicas curtas em reuniões longas

A capacidade de interação entre os colaboradores das equipes é essencial e, para que isso ocorra, existem métodos bastante eficazes, como por exemplo aplicar exercícios desembaraçosos e espontâneos.

Com os colaboradores mais próximos, a empatia acontece naturalmente e todos conseguem se entender.

Desenvolva e disponibilize políticas internas na empresa

Os colaboradores precisam ter acesso a todas as políticas da empresa na qual atuam. Quanto mais detalhadas, perceptíveis e acessíveis estiverem, menos conflitos de comunicação existirão.

A importância e benefícios da comunicação não violenta no ambiente de trabalho

Importância da Comunicação não Violenta

No contexto das empresas, a Comunicação Não Violenta tem uma série de finalidades e importâncias, seja ela implementada na comunicação empresarial ou na comunicação organizacional.

Nesse sentido, as principais aplicações são:

  • Promoção da empatia;
  • Construção de ambientes mais acolhedores;
  • Mediação e resolução pacífica de conflitos;
  • Abertura ao diálogo;
  • Redução de agressões (verbais e físicas);
  • Promover e manter relacionamentos saudáveis;
  • Fortalecimento de uma cultura baseada na parceria e trabalho em equipe;
  • Gestão otimizada de equipes.

A CNV também é aplicada em outras áreas, por exemplo, no auxílio em tratamentos de recuperação após traumas e casos de dependência e/ou para humanizar o atendimento oferecido por profissionais de saúde.

O grande mérito da Comunicação Não Violenta está na capacidade de fortalecer vínculos. Sempre baseado na empatia, para enxergar o mundo na perspectiva da outra pessoa.

Benefícios da Comunicação Não Violenta

Assim, conseguimos entender as possíveis razões que permeiam suas atitudes. A prática da CNV também oferece outros benefícios, como:

  • Mostra o impacto das nossas ações na vida das outras pessoas. Um exemplo é quando alguém sente que está sendo acusado ou cobrado. Então, reage na defensiva;

  • Auxilia na hora de entender as emoções, pois nos faz refletir a respeito do que incomoda, gerando reações mais pacíficas;

  • Em uma empresa, a CNV permite que todos – colaboradores e lideranças – se manifestem em um ambiente acolhedor;

  • A Comunicação Não Violenta não suprime debates ou discussões, mas faz com que o grupo chegue a um consenso com mais facilidade.

Dicas para exercitar a Comunicação Não Violenta

Após conhecer os pilares da CNV e diferentes maneiras de usá-la em situações cotidianas, é fundamental saber como praticar essa técnica.

A comunicação empática precisa ser exercitada diariamente em qualquer tipo de relação.

Selecionamos 10 dicas para exercitar a Comunicação Não Violenta. Aplique cada uma delas gradualmente e perceba mudanças em sua forma de se relacionar com o mundo:

  1. Busque se comunicar com todos sem prejulgamentos ou definições sobre “certo” ou “errado”;
  2. Não meça as atitudes do outro pela sua régua;
  3. Procure nunca se comparar, nem comparar as pessoas com as quais você convive com outros indivíduos;
  4. Elimine qualquer tom acusatório da sua fala. Isso provoca reações defensivas e inviabiliza a comunicação;
  5. Explique suas necessidades com calma e clareza;
  6. Questione-se sobre possíveis rótulos colocados em você e nas pessoas ao seu redor;
  7. Se enfrentar um conflito ou precisar mediar uma situação divergente, procure pontos em comum entre você e as outras pessoas. A solução pode vir das afinidades;
  8. Coloque-se no lugar do outro, sempre que possível;
  9. Manifeste seus pontos vulneráveis quando se sentir confortável para tal. Isso vai lhe aproximar das outras pessoas. Afinal, todos temos suscetibilidades;
  10. Pondere com calma e exercite a empatia sempre, principalmente antes de responder a uma ofensa ou ataque. Não dê réplicas no mesmo tom.

Como praticar a CNV?

Para isso, lembre-se de analisar cada caso usando os 4 pilares de Rosenberg:

  • Observe o que está acontecendo, sem julgamentos;
  • Tente identificar e compreender o sentimento que se abateu sobre você;
  • Identifique a necessidade que existe sob aquele sentimento;
  • Expresse seu pedido de forma clara.

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Perguntas frequentes sobre Comunicação Não Violenta

O que é comunicação não violenta?

Comunicação não violenta (CNV) é um comportamento através do qual o indivíduo se compromete a agir de modo verdadeiro e não-defensivo. Partindo desse pressuposto, as interações ocorrem com a intenção de provocar conexões entre as pessoas, sem que haja afrontas, readaptando a comunicação e demonstrando suscetibilidades e receptividade ao que o outro está disposto a entregar.

Como praticar a comunicação não violenta?

Uma das formas para treinar a comunicação não violenta, além do exercício de auto observação, é estudar conceitualmente e entender as principais formas de comunicação e como algumas delas podem ser aplicadas no ambiente organizacional. Na universidade corporativa da Keeps, o Go Learning, você encontra um curso gratuito de Técnicas de Comunicação, desenvolvido pela Designer Instrucional da Keeps, Paula Soldi,

Jaya Viana
Redatora, escritora e especialista em Produção em Jornalismo Digital pela PUC Minas. Hoje atuando como Analista de Conteúdo e SEO na Keeps, sendo ainda entusiasta das temáticas sobre RH e T&D, bem como demais conteúdos voltados para a Educação Corporativa.
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