Design Instrucional na Educação 4.0: o papel do DI na criação de cursos

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Você sabe o que é Design Instrucional? A evolução dessa engenharia pedagógica, sobretudo na Educação 4.0, tem sido cada vez mais significativa nos últimos anos. O mundo todo passa por transformações impulsionadas pelo avanço tecnológico, onde a popularização da internet tem sido o principal fator de mudança. Logo, novas formas de ensinar, aprender e compartilhar o conhecimento vão sendo desenvolvidas.

Nesse post, mostraremos os conceitos do design instrucional aplicados a projetos educacionais. Explicaremos como surgiu e o que caracteriza o Design Instrucional, que áreas de conhecimento estão envolvidas na atuação do DI, quais os objetivos, fundamentos e outros conceitos relacionados. Você também verá tudo sobre o modelo ADDIE, seguido de um passo a passo simulando a criação de um desenho instrucional, com um exemplo hipotético de curso da Keeps.

A ideia será familiarizar o leitor com um esboço de desenho de projeto educacional, voltado para a criação de cursos em plataformas de aprendizagem. Ou seja, utilizando tecnologias de ensino, com base em metodologias ativas e nos pilares da Educação 4.0.

Finalmente, discutiremos o novo papel do designer instrucional no cenário de hoje. Vamos descobrir como em meio à contínua inovação tecnológica, num mercado competitivo, esse profissional tem exercido função cada vez mais importante no planejamento estratégico de uma ação de educação ou treinamento. Pois cada vez mais, investir em pessoas torna-se um grande diferencial das organizações.

O que é Design Instrucional?

O termo Design Instrucional é comumente usado em referência à engenharia pedagógica, por referir-se à lógica ou método por trás de uma estrutura didática.

Normalmente, o desenho de instrução aborda uma gama de técnicas e ferramentas, com foco em simplificar a transmissão do conhecimento e buscando melhorar a experiência de aprendizagem das pessoas. Vale ressaltar que se trata de uma metodologia focada no planejamento de projetos educacionais, nesse caso, utilizando tecnologias 4.0 de ensino.

Design Instrucional na Educação 4.0: o papel do DI na criação de cursos

No caso da criação de cursos, seja para Instituições de Ensino ou Educação Corporativa, o DI será fundamental em todo o processo. Desde a etapa de análise, passando por desenho, desenvolvimento, implementação e avaliação do projeto. Significa dizer o design instrucional está cada vez mais no centro do planejamento estratégico das ações de formação, treinamento e desenvolvimento de pessoas.

Por essas razões, surgem dois pontos de importante destaque:

  • Primeiro, mais do que ser um tomador de pedidos, o Designer Instrucional precisa contribuir com o processo de planejamento estratégico, coordenação e operação das atividades. Dessa forma, as ações de educação e capacitação tornam-se mais simples, ágeis, engajadoras e eficientes.
  • Segundo, o desenho instrucional deve considerar os objetivos específicos de um projeto, para planejar a melhor maneira de alcançá-los. Nesse sentido, a tecnologia à serviço da Educação 4.0 promove uma experiência de aprendizagem ativa e colaborativa, com maior facilidade na criação de cursos.

Aliás, nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), existem softwares cada vez mais dinâmicos e personalizáveis, como veremos adiante sobre a LXP. São plataformas de aprendizagem que transformam completamente a forma como consumimos, desenvolvemos e impulsionamos o conhecimento.

Como surgiu o Design Instrucional?

Do ponto de vista histórico, a criação do primeiro modelo de educação à distância relatado, impactou o que viria a construir o conceito de design instrucional. Esse curso registra-se na época de 1860, na Inglaterra, por obra de Isaac Pitman. Educador e inventor inglês, ele criou um curso por correspondências, que tinha por objetivo possibilitar a formação de quem não tinha acesso aos centros de ensino convencionais.

Todavia, essa ousada proposta só ganhou mesmo alguma relevância no decorrer da Segunda Guerra Mundial. Isso porque os Estados Unidos desenvolveram um processo para organizar técnicas de treinamento que deveriam ser passadas aos seus soldados. O objetivo da proposta era preparar os soldados para o combate, tanto em relação às táticas a de batalha, quanto ao ensino do manuseio correto de armas e equipamentos de guerra.

Com o tempo, esse tipo de planejamento deixou de ser exclusivo das estratégias militares e passou a ser desenvolvido para fins acadêmicos. Adotou, portanto, um caráter que além de logístico é também mais pedagógico. A soma desses fatores ajudou a definir o que hoje conhecemos como desenho de instrução.

Benefícios do Design Instrucional

Design Instrucional na Educação 4.0: o papel do DI na criação de cursos

Foco no aprendiz

Um designer instrucional sempre desenhará os treinamentos com foco no colaborador.

Isso significa que estruturar um desenho instrucional é sempre um processo voltado para o sistema de aprendizagem, observando o grau de dificuldade no desenvolvimento dos conteúdos para cada colaborador, seu desenvolvimento, as maiores demandas etc.

Cria um processo sistemático

Quando a execução do design instrucional é eficiente, todos os conteúdos dos cursos e programas de capacitação são minimamente pensados.

Tudo isso com o objetivo de aprimorar o treinamento, destinando a cada colaborador as funções, habilidades e competências a serem otimizadas.

Estabelece objetivos

O design instrucional é essencial para que um curso seja um sucesso. Desenvolver objetivos claros e definir estratégias para atingi-los é um dos principais benefícios.

Portanto, tenha cuidado em contratar um designer instrucional que saiba inserir nas suas produções as técnicas mais eficazes para atingir os seus objetivos.

Promove uma aprendizagem dinâmica

O design instrucional facilita a construção de um ambiente de inovações tecnológicas, desenvolvendo um ambiente de capacitação mais interativo e claro.

Por essa razão, automaticamente passa a existir mais engajamento dos colaboradores durante os treinamentos, uma vez que os processos passam a ser mais estimulantes.

Fundamentos do Design Instrucional

Os princípios, conceitos, processos e teorias de Design Instrucional fundamentam-se em diversas áreas do conhecimento. Entretanto, todos eles têm como principal objetivo desenhar projetos que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem.

Segundo Filatro (2008), o Designer Instrucional se relaciona com diferentes áreas do conhecimento:

  • Ciências Humanas: seu impacto advém da capacidade de construir conhecimento e demonstrar propriedade sobre o nosso processo de aprendizado. As ciências humanas também consideram o comportamento das pessoas e as consequências da sua relação com o meio. Dessa maneira, é nessa área do conhecimento onde estão alocadas as Teorias de Aprendizagem.
  • Ciências da Informação:  oferece repertório para trabalhar com variados tipos de mídias, com Design Instrucional desenvolvido especificamente para cada uma delas. Desse modo, o DI ganha inúmeras possibilidades para construir uma ação de educação atrativa, em diferentes formatos e para públicos-alvo distintos.
  • Ciências da Administração: fornece suporte ao DI na gestão de ações de educação. Auxilia na organização das atividades, na coordenação logística e das equipes, controle financeiro, etc.

É justamente por interagir com essas diversas áreas do conhecimento, que o Designer Instrucional é peça fundamental no planejamento estratégico das ações de educação. Ele será capaz de conduzir um projeto educacional, desde a etapa de análise até a avaliação dos resultados.

Conceitos relacionados ao Design Instrucional

Visto que o Design Instrucional está intimamente ligado à educação, existem alguns conceitos relacionados que podem ser assimilados:

Pedagogia

Está mais relacionada à figura do Professor, o qual possui a responsabilidade de guiar o processo de ensino-aprendizagem. Nesse contexto, é o Professor quem seleciona ou segue uma metodologia, cumprindo com a sequência dos conteúdos a serem transmitidos no decorrer de um curso.

Em sua etimologia, a palavra pedagogia traduz algo equivalente ao “ensino de crianças”

Andragogia

Opostamente à pedagogia, a andragogia reflete em seu conceito a ciência de orientar adultos a aprender. Desse modo, quando se fala em andragogia, o papel do professor é mediar o processo de aprendizagem. Isso porque um adulto, primeiramente, precisa entender as razões que tornam um determinado conteúdo ou competência necessários.

Ou seja, ele precisa saber o que tem a ganhar com esse treinamento ou experiência de aprendizagem.

Heutagogia

Esse conceito é mais recente e tem sido muito utilizado na educação à distância e, em suma, pode ser entendido como um processo de autoeducação. O que na heutagogia, significa que a própria pessoa organiza a sua experiência de aprendizagem.

Trata-se de um modelo bastante moderno, que tem ganhado cada vez mais espaço com o avanço da Educação 4.0. Especialmente, a partir do desenvolvimento de tecnologias inovadoras de aprendizagem, como os softwares LXP, os recursos de gamificação e os conceitos de microlearning.

Qual o objetivo do Design Instrucional?

O design instrucional deve se adaptar conforme os objetivos específicos de cada ação de educação, com foco em atingir melhores resultados no processo de aprendizagem. Entre os pontos, podemos destacar a importância do desenho instrucional para:

  • Auxiliar no desenvolvimento de competências e habilidades.
  • Construir soluções para a transmissão do conhecimento. De modo eficiente e certificando-se de que há compreensão de ideias.
  • Utilizar ferramentas e recursos tecnológicos, com base nos conceitos da Educação 4.0.
  • Facilitar retenção de conhecimento, fomentando que informações e procedimentos sejam utilizados na prática.

Cabe ainda, ressaltar a necessidade de escolha por objetivos específicos e com público-alvo bem definido para o Design Instrucional. Lembre-se que o sucesso de um curso ou treinamento parte, inicialmente, de um diagnóstico correto das necessidades de ensino.

Modelo ADDIE para Design Instrucional

ADDIE é uma sigla em inglês, que corresponde às 5 etapas do modelo de design instrucional, sendo elas, respectivamente: Analysis (análise), Design (desenho de projeto), Development (desenvolvimento) e Evaluation (avalição). Acompanhe a seguir a descrição completa de cada etapa:

Design Instrucional na Educação 4.0: o papel do DI na criação de cursos

Análise

A etapa de análise é o pontapé inicial para um projeto de educação. Nesse momento é realizado o diagnóstico de ambiência, para identificar e compreender os contextos e demandas de cada ação educacional, com foco na definição de objetivos específicos direcionados a um público-alvo.

Portanto, na etapa de análise, devemos estar atentos aos seguintes pontos:

Público-alvo e objetivos do projeto

  • Ter um público-alvo bem definido e identificar as necessidades de ensino ou capacitação técnica desse público em um projeto educacional específico.
  • Definir com clareza os objetivos do projeto, seja um curso, uma palestra ou um treinamento, por exemplo. É a oportunidade de expressar as habilidades e conhecimentos que você espera ter aprimorado ou desenvolvido após o término da ação de educação.

Estruturação de conteúdos

  • Estruturar os conteúdos, materiais e informações que as pessoas irão aprender para cumprir com os objetivos do projeto.
  • Escolher as ferramentas tecnológicas adequadas para cada formato de projeto educacional. Comparando plataformas de aprendizagem, para encontrar a que melhor atenda às suas necessidades de ensino.

Limitações e planejamento financeiro

  • Determinar as limitações, ou tudo aquilo que possa ser um desafio, na prática, à implementação do seu projeto.
  • Elaborar um planejamento financeiro detalhado, que descreva os investimentos aplicados em cada etapa do projeto.

Design

No desenho do projeto é quando se busca alinhar um planejamento estratégico com a sequência de conteúdos e práticas a serem executadas durante a jornada de educação ou de treinamento. Aqui, o foco está centrado nos objetivos de ensino, no formato dos conteúdos, dinâmica das atividades e nos instrumentos de aprendizagem disponíveis.

Dessa maneira, na etapa de projeto, algumas questões relevantes a serem observadas são:

Mídias e recursos disponíveis

  • Definir os tipos de mídia a serem utilizados no decorrer do projeto educacional. Por exemplo, se os materiais serão apresentados em formato de áudio, vídeo, ou com outros elementos gráficos. Além disso, é preciso detalhar os recursos técnicos ou profissionais que venham a ser necessários para a criação desses materiais.
  • Certificar-se dos recursos disponíveis e verificar os meios necessários para a viabilização do projeto.

Planejamento das atividades 

  • Especificar os modelos de atividades a serem realizadas, com base nos objetivos estratégicos do projeto. Por exemplo, observar se as atividades serão interativas ou colaborativas, se um questionário será aplicado ou se um fórum de discussão online será criado no decorrer do curso ou do treinamento.
  • Estipular o tempo dedicado à cada atividade desenvolvida e de que forma os conteúdos serão apresentados durante o projeto. Os conteúdos serão trabalhados em progressão de conhecimento, do nível básico ao mais avançado? Os assuntos abordados serão divididos em capítulos? O curso ou treinamento será estruturado em fases ou módulos? São alguns tópicos importantes de serem observados.

Roadmap e escolha da plataforma

  • Desenhar o roadmap do projeto, elaborando um mapa com a sequência de atividades, a fim de orientá-las em acordo com os objetivos pedagógicos ou de treinamento.
  • Escolher uma plataforma de aprendizagem coerente com esse caminho e que ofereça os recursos necessários para executar o seu projeto de educação.
  • Pensar a interface do projeto na plataforma escolhida, iniciando a criação da identidade visual e identificando os elementos gráficos ou de interação disponíveis.

Mensuração de resultados

  • Apontar de que modo serão mensuradas as habilidades e conhecimentos adquiridos, ou o ROI de treinamento. Estabelecer o modelo de avaliação a ser implementado no projeto.
  • Verificar se todos os níveis de avaliação do curso podem ser realizados na própria plataforma de ensino. Seja por meio de relatórios de desempenho ou através do feedback dos usuários.

Desenvolvimento

Na etapa de desenvolvimento ocorre o início da produção dos conteúdos e atividades do projeto de educação. Também é nesse momento, que se coloca à prova a plataforma de aprendizagem que será utilizada. Ainda com base nas informações reunidas nas etapas iniciais (análise e projeto), é chegada a hora de elaborar o programa de ensino ou de treinamento. Ou seja, começar a transformar em prática tudo o que foi idealizado anteriormente.

Por essas razões, na etapa de desenvolvimento, destaca-se os seguintes tópicos:

Roteiro, tempo e propósito

  • Utilizar um roteiro para a elaboração dos materiais de ensino.
  • Averiguar se o tempo programado para a execução das atividades encaixa com a carga horária exigida pelos materiais que serão produzidos.
  • Manter sempre o cuidado, para que os materiais estejam de acordo com os objetivos específicos, que pautam desde o início, o propósito do projeto educacional.

Implementação

Na fase de implementação, o principal objetivo é alcançar os resultados planejados durante as primeiras etapas. Para isso, é necessário garantir a eficiência dos processos e atividades do projeto de educação. Aqui, o DI faz os ajustes necessários para a entrega do projeto educacional. O desenho instrucional é reavaliado e os materiais de ensino são redefinidos, caso necessário, para atender às demandas do curso ou treinamento.

Na implementação do projeto, os aspectos mais importantes são:

Feedbacks e revisão do projeto

  • Testar o projeto com pequenos grupos de pessoas e profissionais, para obter um primeiro feedback mais amplo sobre os materiais desenvolvidos.
  • Com base nos feedbacks e na revisão do projeto, identificar os principais assuntos a serem aprimorados e desenvolvidos no curso ou treinamento.

Imprevistos e “plano B”

  • Fazer o exercício de imaginar possíveis erros ou imprevistos que podem surgir durante a execução do projeto. Elencar também, quais seriam as possíveis soluções para esses supostos problemas.
  • Tenha sempre um “plano B” em mãos, para situações de urgência, caso alguma etapa do projeto não funcione ou não possa ser implementada. Elabore um plano de contingência para resolver problemas técnicos.

Recursos humanos e tecnologia

  • Procure estabelecer uma estimativa de quantas pessoas estarão envolvidas no seu curso ou treinamento.
  • Implemente um projeto educacional que promova os conceitos da Educação 4.0, com uso de tecnologias que promovam uma experiência de aprendizagem ativa e colaborativa.

Avaliação

Do inglês Evaluation, a avaliação é a quinta e última etapa do modelo ADDIE. Nela, é quando se verifica se os objetivos específicos do projeto de educação foram alcançados. Portanto, é nessa fase em que se implementam os modelos de avaliação de reação, aprendizagem, comportamento e resultado.

Na avaliação do projeto educacional, o êxito na sua implementação estará relacionado, principalmente, a dois fatores:

  • Aplicação: compatibilidade entre o que foi proposto e desenvolvido durante o curso ou treinamento.
  • Eficiência: compatibilidade entre os objetivos específicos e os resultados obtidos em todos os níveis de avaliação do curso ou treinamento. No caso de um curso pensado para venda, ou voltado para a Educação Corporativa, é nesse momento que se faz o cálculo dos resultados sobre os investimentos (ROI).

Tipos de Design Instrucional

Existem muitos modelos de Design Instrucional, uns mais novos, outros mais antigos e agora, vamos apresentar a vocês, ver alguns tipos mais conhecidos.

Confira!

Taxonomia da Bloom

Nenhuma conversa sobre os modelos de Design de Instrução seria completa sem a Taxonomia da Bloom.

Isso porque, este modelo, desde 1956, desempenha um papel importante em todos os nossos projetos.

Na qual, fornece um método para ajudar as partes interessadas a articular e compreender os verdadeiros objetivos de desempenho do treinamento e a determinar as atividades de aprendizagem corretas a serem empregadas.

O modelo ADDIE

O modelo ADDIE é frequentemente descrito como a estrutura mais popular para a criação de materiais de treinamento.

Suas 5 fases lineares – Analisar, projetar, desenvolver, implementar e avaliar – são fases em que um projeto provavelmente passará, não importa o que.

Afinal de contas, o ADDIE simplesmente solidifica-os e fornece às equipes questões a serem consideradas durante cada fase.

A abordagem linear do modelo ADDIE é válida para evitar problemas sérios com seu projeto, as equipes devem ter tudo certo durante a fase de Análise, e assim por diante, de modo que, quando as fases de Implementar e Avaliar forem alcançadas, a entrega final é exatamente o que a equipe e o cliente esperavam.

Esse fluxo linear do modelo ADDIE é mais fácil de entender, e ajuda as partes interessadas a perceber a urgência de colaborar.

O modelo ágile

O modelo ágile veio como uma tentativa de sugerir alterações positivas para o modelo ADDIE.

O ágile é derivado do learning and development, parte do setor de desenvolvimento de software.

Esse modelo permite que as entregas dos materiais desenvolvimentos sejam modernos e avançados desde a etapa inicial.

Ainda que o design instrucional conte com um desempenho mais direto, as ferramentas ágiles fazem parte do desenvolvimento de todo o processo.

Ao escolher quais modelos empregar, muitas vezes é útil que você possa usá-los juntos. As metodologias mais antigas não são necessariamente desatualizadas, e as mais recentes, como a Agile, não precisam necessariamente ser substituídas por atacado. Ok?

O passo a passo do Design Instrucional

Agora que você já conhece as etapas do desenho instrucional, vamos criar um exemplo fictício para ilustrar o passo a passo da criação de um curso. Por ser oportuno, usaremos um tema relativo ao universo de DI, mas lembrando que essa estrutura pode ser aplicada na criação de qualquer outro curso. Vamos lá!

O passo a passo do Design Instrucional

Análise

Seguindo as etapas do modelo ADDIE, vistas anteriormente, iniciaremos a criação do nosso curso fictício pela fase de análise.

Na demanda existente para o meu curso, quem são os meus concorrentes?

Título: Criação de cursos em plataformas LXP de ensino.

Concorrentes:

  • 1º Concorrente.
  • 2º Concorrente.
  • 3º Concorrente.
  • 4º Concorrente.
  • 5º Concorrente.

Quem é o meu público-alvo?

  • Clientes da Keeps, como empresas e instituições de ensino parceiras, onde atuam gestores de RH, coordenadores e analistas de T&D, designers instrucionais, dentre outros profissionais, responsáveis pelas ações de treinamento e implementação de cursos.

Quem são minhas personas?

  • Rosa, 45 anos, pós-graduada em gestão de pessoas. Atua como diretora de RH, sendo a liderança responsável pelo que tange os recursos humanos e a área de treinamento e desenvolvimento na empresa. 
  • Sandra, 40 anos, graduada em pedagogia e pós-graduada em Educação Empresarial e T&D. Responsável pela Universidade Corporativa e ações de treinamento nas diversas áreas da empresa.
  • Mariana, 25 anos, graduada em administração e analista de T&D. Responsável pela operacionalização dos programas de treinamento, conforme as demandas, processos e ferramentas da empresa.

Quais são as principais características e dores das minhas personas?

  • Rosa tem como objetivos principais, sustentar o planejamento estratégico, aumentar a performance e lucratividade, além de demonstrar os resultados dos projetos. Suas maiores dores são a dificuldade para comprovar as ações de treinamento, em um setor muitas vezes encarado como despesa, com pouco espaço para pensar de maneira estratégica. 
  • Sandra é responsável por treinar e capacitar pessoas conforme a demanda, além de prover as capacidades necessárias para que as pessoas consigam desempenhas suas funções. Seus pontos sensíveis são relacionados, principalmente, a dificuldade para suprir às demandas de treinamento com uma equipe enxuta.
  • Mariana é focada em criar programas de ensino, conforme processo e ferramentas disponíveis, dando suporte à coordenação, na operação de cursos e treinamentos. Sua maior dificuldade é o pouco tempo para criação e execução dos cursos e programas de treinamento, já que em suas múltiplas funções, atuando como DI, está sempre alternando prioridades.

Design

O desenho do nosso projeto começa a ser traçado nessa segunda etapa do modelo ADDIE. Vamos à sequência do curso:

Quais são os objetivos do meu curso?

Auxiliar empresas e instituições de ensino, por meio dos seus profissionais, na criação de cursos em um ambiente LXP, chamado Konquest. A ideia é oferecer agilidade, precisão e usabilidade, para elaborar e transmitir conteúdos, com facilidade na gestão do conhecimento e na avaliação dos resultados.

Como os conteúdos serão organizados?

Os conteúdos serão criados e organizados todos no mesmo ambiente de ensino, o Konquest, utilizando diferentes tipos de mídia na construção da trilha de aprendizagem. O conhecimento gerado no curso será dividido nos seguintes temas:

  • O que é LXP? Conceitos e definições básicas.
  • Apresentando as soluções do Konquest.
  • O design instrucional na plataforma de experiência de aprendizagem.
  • Criação de cursos com agilidade, precisão e usabilidade.
  • Gestão do conhecimento no software de ensino
  • Avaliação de treinamento: reação, aprendizagem, comportamento e resultado.

Como o processo de ensino será mediado?

Visto que este é um curso para ensinar a criar cursos na própria plataforma de aprendizagem, ele é totalmente ambientado no Konquest. Os clientes da Keeps, além de obterem a licença para utilizar o ambiente personalizado de criação de cursos, terão acesso a instrumentos como:

  • Tutoriais de uso.
  • Gestão do conhecimento com Big Data e Inteligência Artificial.
  • Relatórios personalizados produzidos pelo Learning Analytics.
  • Em alguns casos, acompanhamento de um designer instrucional da Keeps, para auxiliar na produção de cursos e no domínio da plataforma.

Como será a navegabilidade na plataforma de ensino?

Para buscar agilidade e simplicidade na criação de cursos, tudo, absolutamente, será desenvolvido na própria plataforma. Em termos de navegabilidade, podemos destacar os seguintes pontos:

  • Os próprios usuários criarão seus cursos na plataforma de aprendizagem.
  • Todos os níveis de avaliação estarão presentes na plataforma de ensino.
  • Os usuários poderão relatar problemas ou solucionar dúvidas diretamente na plataforma, que conta com a ajuda de chatbots e de uma equipe de suporte especializado.

Como será feita a avaliação do projeto? 

Todos os níveis de avaliação de treinamento estarão disponíveis na plataforma, através dos seguintes recursos:

  • Reação: ocorrerá por meio de feedbacks dos usuários, que avaliarão a relevância dos materiais e a qualidade do curso.
  • Aprendizagem: será aplicado um pequeno questionário abordando o passo a passo para a criação de cursos no Konquest.
  • Comportamento: um outro pequeno questionário sobre tipos de mídia e ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) será aplicado duas vezes, antes e depois do curso. O objetivo é verificar habilidades e comportamentos que serão desenvolvidas em função do curso.
  • Resultado: a avaliação de resultado será realizada com base em relatórios do Learning Analytics. Esse recurso fornecerá todos os dados de interação na plataforma, com performance individual, respostas aos questionários, tempo de leitura e visualização de conteúdos, etc.

Vale destacar que esse piloto de curso será pensado para o público interno, isto é, os clientes parceiros da Keeps. Dessa maneira, em todos os níveis, os critérios de avaliação buscarão medir o domínio sobre recursos da plataforma. O objetivo é identificar possíveis dificuldades e capacitar os usuários para criarem os seus próprios cursos e objetos educacionais.

Desenvolvimento, implementação e avaliação

Finalmente, no decorrer dessas etapas, o meu projeto começará a sair do papel. Nas fases de desenvolvimento, implementação e avaliação, o foco estará nos principais tópicos destacados do modelo ADDIE, de acordo com o que foi planejado nas primeiras duas etapas do meu curso. É o momento de iniciar a produção dos conteúdos, redesenhar o projeto educacional, identificar os pontos sensíveis, buscar alternativas, testar o curso com pequenos grupos e avaliar os resultados.

Lembrando, é claro, que esse processo de avaliação deve ser constante, em todas as etapas do design instrucional. Portanto, a soma dessas etapas, com base no planejamento estratégico, será o alicerce para o êxito do meu projeto, em agilizar e simplificar a criação de cursos no Konquest, por parte de nossos clientes.

Onde aplicar o Design Instrucional

Os designers instrucionais, geralmente, trabalham em empresas de consultoria em EaD, empresas e editoras da área de tecnologia educacional, universidades corporativas ou, ainda, em instituições do ensino superior.

Porém, existem outras áreas em que é possível aplicar o Design Instrucional, eles podem usar o corpo de conhecimentos e de práticas relacionados ao design instrucional em suas atividades.

Por exemplo:

  • Professores escolares e universitários;
  • Professores e consultores independentes;
  • Coordenadores de cursos;
  • Autores de cursos e de materiais didáticos (conteudistas, como têm sido chamados em projetos para EaD);
  • Editores de materiais didáticos impressos ou digitais;
  • Produtores audiovisuais.

Sendo assim, esses profissionais podem ser a peça que faltava para alavancar seus treinamentos com os colaboradores e ainda, intensificar a cultura de aprendizagem dentro da empresa.

Afinal de contas, todos esses aplicam, em maior ou menor grau, elementos do design instrucional em seu trabalho, seja de modo consciente ou pelas práticas do DI disseminadas em suas áreas.

Desse modo, também não chamam o que fazem de DI, nem se autodenominam designers instrucionais, mas usam parte dessa metodologia.

Qual o papel de um Designer Instrucional?

Atualmente, para tudo que pesquisamos existe uma vasta quantidade de informações relacionadas. O problema, no meio do bolo, é que nem todas as informações são relevantes para atender às nossas demandas. Ou muitas vezes, as informações sequer são todas verídicas.

Dito isso, podemos compreender o Designer Instrucional, antes de tudo, como um curador. E em seguida, um tutor capaz de organizar as demandas de ensino e estruturar o filtrado de informações em um modelo didático simples. A convergência das múltiplas áreas do conhecimento serve exatamente para esta finalidade.

Significa compreender os objetivos da ação de educação, conhecer o público-alvo de cada atividade proposta e encontrar a melhor maneira de transmitir o conhecimento. Ou melhor, aquele exato conhecimento, daquela exata maneira, àquelas exatas pessoas. Por isso, mais do que conhecer as metodologias e objetos de ensino, é preciso saber identificar problemas, encontrar soluções

Em outras palavras, mais do que conhecer metodologias e objetos de ensino, o DI é responsável por identificar problemas, encontrar soluções e desenhar uma experiência de aprendizagem que ainda não aconteceu.

Qual é a importância do design instrucional para os cursos EAD?

Como vimos, um designer instrucional pode ser fundamental na aplicação de cursos e treinamentos online, isso porque, um dos principais desafios do EAD é estimular o compromisso e engajamento dos estudantes com o curso, mesmo a distância.

No entanto, ao investir em um design instrucional eficiente, a organização consegue desenvolver metodologias interessantes, funcionais e eficazes para os colaboradores.

Com isso, além de criar uma maior integração do estudante com as aulas, é possível ainda, promover um ensino a distância moderno e eficiente — com a mesma qualidade dos cursos presenciais.

Portanto, não hesite em ter um profissional de ponta no seu time!

Webinar sobre o novo papel do Design Instrucional

Para mergulhar de vez no mundo do Design Instrucional, você ainda pode acompanhar o Webinar intitulado “O novo papel do DI”, apresentado pela Designer Instrucional Soani Vargas, em parceria com a Keeps.

Perguntas frequentes sobre Design Instrucional

O que é Design Instrucional?

O termo Design Instrucional é comumente usado em referência à engenharia pedagógica, por referir-se à lógica ou método por trás de uma estrutura didática. Normalmente, o desenho de instrução aborda uma gama de técnicas e ferramentas, com foco em simplificar a transmissão do conhecimento e buscando melhorar a experiência de aprendizagem das pessoas. Vale ressaltar que se trata de uma metodologia focada no planejamento de projetos educacionais, nesse caso, utilizando tecnologias 4.0 de ensino.

Qual o objetivo do Design Instrucional?

O design instrucional deve se adaptar conforme os objetivos específicos de cada ação de educação, com foco em atingir melhores resultados no processo de aprendizagem. Entre os pontos, podemos destacar a importância do desenho instrucional para:

– Auxiliar no desenvolvimento de competências e habilidades.
– Construir soluções para a transmissão do conhecimento. De modo eficiente e certificando-se de que há compreensão de ideias.
– Utilizar ferramentas e recursos tecnológicos, com base nos conceitos da Educação 4.0.
Facilitar retenção de conhecimento, fomentando que informações e procedimentos sejam utilizados na prática.

Guilherme Caetano
Escritor, curioso, leitor assíduo e bem informado. Consultor de Marketing Digital com foco em canais de Inbound. Especialista em SEO, analista de tráfego pago e copywriter.
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